quinta-feira, 7 de junho de 2012

Entrevista com Arilza Almeida chefe do Serviço de Atividades Culturais do Museu do Índio




Por Nícolas Sales (Bolsista de Jornalismo - FABICO/UFRGS)

O Museu da UFRGS conversou com Arilza de Almeida, chefe do Serviço de Atividades Culturais do Museu do Índio (RJ). A historiadora contou um pouco de sua formação e da produção da mostra “Tape-Porã, impressões e movimento - Os Mbya no Rio de Janeiro”, que foi idealizada no Museu do Índio e hoje faz parte da exposição Oretataypy, em cartaz no Museu da UFRGS até ­14 de julho de 2012.
"Eu sempre tive um olhar atento para a antropologia", contou. No primeiro ano do curso de História, em 1978, Arilza começou a estagiar no Museu do Índio, onde acabou construindo toda sua carreira. Há quinze anos é chefe do SEAC, departamento que dá conta da relação do museu com o público.
A exposição Tape-Porã foi fruto de um diálogo que ocorre há bastante tempo entre o Museu do Índio e os guaranis. Arilza explicou um pouco da idealização: “O projeto consistia em fazer junto com eles uma exposição, uma oficina fotográfica, e a venda do artesanato produzido nas oficinas. A participação dos índios foi muito efetiva, desde a criação até a montagem”. Embora existam cinco aldeias Mbya-Guarani no estado do Rio de Janeiro, localizadas nas cidades de Angra dos Reis e Parati, a historiadora acredita que grande parte da população carioca desconhecia a presença de tais povos, fazendo com que a mostra Tape-Porã fosse uma forma de aproximação entre as diferentes culturas.
Para Arilza, trabalhar com povos indígenas é uma experiência enriquecedora. “A gente convive com a diferença. Você acaba vendo outras soluções, modos diferentes de pensar”. Lembrou-se da ocasião em que um grupo indígena de rap da região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, se apresentou em um dos projetos do Museu do Índio. Vindos de uma realidade violenta, os membros do grupo usam a música como expressão e protesto. “Isso foi uma coisa muito marcante, porque mostrou o papel da instituição em possibilitar que os caminhos se abram para esse tipo de diálogo”.
A historiadora também comentou que novos lugares estão sendo pensados para receber a mostra Tape-Porã. Enquanto isso, não deixe de conferir no Museu da UFRGS a exposição Oretataypy, que ainda conta com o eixo “Nossas Moradas - Os Mbya-Guarani no Rio Grande do Sul”.
(Foto: DEDS/UFRGS)   http://www.ufrgs.br/museu/comunicacao/entrevistas/arilza-de-almeida

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