quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os Guarani e a natureza

Para os Guarani, um bom lugar para viver é uma região de mata. Conhecem, profundamente, todos os recursos que a floresta pode lhes oferecer e dela tiram quase tudo que necessitam. No Estado do Rio de Janeiro, 200 Guarani estão em Bracuí e em Parati-Mirim, Parati, na serra, em meio à Mata Atlântica. Mas estes pontos são estratégicos, porque, embora na serra, os índios podem ver o mar. Este é o último destino desejado por um Guarani; atravessar o mar, pois além dele está a Terra sem Mal, um paraíso mítico que se pode alcançar em vida, desde que cumpram as determinações divinas transmitidas pelos xamãs.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um pouco sobre a cultura Guarani

Os Guarani somam, hoje, aproximadamente, cinco mil pessoas em território brasileiro. Quando da chegada dos portugueses, os Guarani ocupavam uma região que se estendia pelo litoral de Cananéia até o rio Grande do Sul. Hoje ocupam o litoral do Estado do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, além de áreas na Argentina, Paraguai e Bolívia. Tais regiões estão associadas ao seu território tradicional e outras, como o litoral de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, têm ocupação mais recente, decorrente de um fluxo migratório iniciado no século XIX.  
Há três subgrupos Guarani: os Kaiowá ( principalmente em Mato Grosso do Sul), os Nhandeva (Paraná e São Paulo) e os Mbyá ( entre eles, os do Estado do Rio de Janeiro).
A relação que os Guarani estabelecem com a natureza, os espíritos e os seres humanos (Guarani ou não) é orientada por um conjunto de regras e normas de conduta. São elas que compõem a estrutura das relações sociais (entre as pessoas) e cosmológicas (com os espíritos e o sobrenatural), denominada nandereko, que pode ser traduzido como nosso modo de ser.
Para viver conforme seu nandereko, os Guarani precisam se assentar sobre um lugar que reúna algumas condições básicas. A escolha do espaço é feita segundo a orientação dos deuses, que a transmitem aos xamãs (rezadores). Nesse lugar, organizam sua aldeia, que chamam tekoa onde podem plantar, pescar, caçar e coletar todos os materiais que necessitam para fazer suas casas, cestos, arcos, etc. No tekoa materializam sua tradição cultural, isto é, suas relações de parentesco, de rezar, de brincar, enfim, de viver.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Exposição Maxakali na UERJ

Visite a exposição itinerante Maxakali, do Museu do Índio na UERJ. A mostra reúne oito painéis , além de dez fotos expostas nas paredes e no piso do ambiente expositivo.Também integra a exposição,a coleção Linhas Encantadas,que inclui bolsas, puçás e vestidos feitos pelos Maxakali.
Até 23 de setembro.
As aldeias Maxakali estão situadas no nordeste de Minas Gerais, próximas à fronteira com a Bahia. Os Tikmu'un - como se autodenominam os Maxakali - falam uma língua do tronco Macro-jê.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O QUE É UM MUSEU?

É uma instituição onde acontece a relação da sociedade e seu patrimônio cultural. Os museus coletam, conservam, pesquisam e divulgam o patrimônio histórico, cultural, ambiental e artístico das sociedades.
O museu tem a função de preservar as heranças deixadas pelo ser humano ao longo de sua história, para que todos possam conhecê-las e também sirva para a compreensão das culturas.
O museu é também, um espaço que visa a educação e o lazer dos que o procuram.




           



Referências:
Folheto Educativo da REM- Goiás: EU E O MUSEU
Folheto Museu Paulista

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Você sabia...

Com a Constituição de 1988, os povos indígenas conquistaram o direito de viver de acordo com suas culturas, que devem ser respeitadas e valorizadas, assim como lhes foi garantido o direito de utilizarem suas línguas maternas, por meio do ensino bilíngue, de terem respeitados seus processos próprios de aprendizagem, o direito a terem suas terras demarcadas e protegidas, de receberem atendimento diferenciado à saúde, entre outros.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sobre os Wajãpi

Os índios Wajãpi, um povo de língua e tradição cultural tupi-guarani, vivem no estado do Amapá, numa região de serras e florestas. Sua terra foi demarcada e homologada em 1996. São 550 pessoas, distribuídas entre 40 aldeias.
Publicações sobre a casa, a pintura corporal e o artesanato produzido pelos Wajãpi podem ser consultadas na Biblioteca Marechal Rondon.  Para as crianças, foi criado um roteiro especial, com brincadeiras ambientadas nas aldeias e florestas dos índios da Amazônia.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Museu do Índio promove Oficina Marubo


O Museu do Índio promove,de 12 a 21/09, na sua Galeria do Arte, a Oficina “Conversas Sobre Patrimônio Cultural”,destinada aos 10 Marubo da Terra Indígena Vale do Javari (AM). A iniciativa , do Serviço de Estudos e Pesquisas , faz parte do projeto "Ainvorsin Mëti", que visa a valorização da cultura material do Povo Marubo. Debates, visitas guiadas às exposições do MI  e mostra de vídeos são algumas atividades que serão promovidas durante a oficina.

Com uma população de cerca de 1700 indivíduos, os Marubo vivem em aldeias da Terra Indígena do Vale do Javari (AM). A língua falada se inclui na família Pâno.


http://museudoindio.gov.br/

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Quem são os irmãos Villas Boas

                                                            



A primeira expedição realizada na região do alto Rio Xingu ocorreu em 1884, chefiada pelo alemão Karl von den Steinen. Só na década de 1940, no governo do presidente Getúlio Vargas, a região começou a ser sistematicamente visitada e explorada. Foi organizada a Expedição Roncador-Xingu, que percorreu regiões inexploradas do Brasil central com o objetivo de desbravá-las, abrindo estradas e construindo campos de pouso de emergência. Como conseqüência da II Guerra Mundial, nacionalistas temiam que houvesse um deslocamento de colonos europeus para o interior do Brasil e a ação da Expedição visava à defesa da região.

Os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas foram membros da Expedição. Eles dedicaram-se ao contato amistoso e à proteção dos índios que viviam nas cabeceiras do Rio Xingu. Paulistas, oriundos de uma família de classe média, tinham um irmão mais novo, Álvaro, que, embora não os tenha acompanhado ao Xingu, foi funcionário do órgão indigenista oficial, chegando a ser presidente da Funai, na década de 1980.

Em 1944, a Expedição Roncador-Xingu contatou o povo Xavante, ainda hostil. Dois anos depois, estabeleceu contatos pacíficos com cerca de 14 povos do alto Xingu, de grande diversidade cultural, lingüisticamente representantes das Famílias Tupi, Aruak, Karib e Jê. Estes povos, que continuavam vivendo da mesma forma que Steinen os encontrara no século XIX, tinham sofrido um decréscimo populacional sensível, devido aos ataques violentos de gripe, disenteria e outras doenças infecciosas, que começaram a invadir a região cerca de 30 anos antes. Teriam sido contagiados, aparentemente, porque alguns grupos de índios, deslocando-se pelos rios, haviam encontrado colonos brasileiros ao longo do Rio Paranatinga e em outros lugares.


Mantendo contato com Rondon e com outros indigenistas, os irmãos Villas Boas decidiram permanecer no Xingu e desenvolver aí um programa positivo de proteção aos índios, buscando assegurar-lhes uma base territorial onde pudessem manter seus modos tradicionais de organização social e de subsistência econômica, além de fornecer-lhes assistência médica contra doenças exógenas. Os irmãos defendiam a criação de reservas e parques indígenas fechados, que funcionassem como uma espécie de tampão protetor e seguro entre índios e sociedade brasileira. Eles achavam que o processo de integração dos povos indígenas na sociedade nacional deveria ser gradual, de forma a garantir a sobrevivência física, as identidades étnicas e os estilos de vida de cada um daqueles povos.

Em 1952, a questão foi levada a debate junto à Presidência da República e foi elaborado um documento legal solicitando a criação do Parque Nacional Indígena do Xingu, ocupando grande extensão de terras da parte setentrional do estado de Mato Grosso. Este seria o primeiro parque indígena do Brasil. Era visto como uma experiência incomparável de proteção aos povos indígenas e a seus habitats naturais contra os perigos representados por uma sociedade que estava vivendo um período de rápida e drástica transformação econômica e social. Os irmãos Villas Boas foram nomeados para serem seus primeiros diretores, e o Parque foi colocado sob a responsabilidade conjunta do SPI, do Museu Nacional (RJ), do Instituto Oswaldo Cruz, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e do Instituto Histórico e Geográfico do Mato Grosso.

Depois de sofrer sérias ameaças, entre elas uma tentativa do governo do Estado de Mato Grosso de fornecer concessões de terras do Parque a companhias e especuladores imobiliários, bem como uma epidemia de sarampo que quase dizimou toda a população da área, o Parque foi criado oficialmente em 19 de abril de 1961, quando o Congresso Nacional aprovou o Decreto nº 50.455, estabelecendo suas fronteiras legais. Em todo esse processo, a atuação dos irmãos Villas Boas junto à opinião pública e aos órgãos governamentais foi decisiva. Dessa forma, lograram conseguir que o governo brasileiro tomasse as medidas necessárias à retomada dos territórios irregularmente concedidos pelo governo do estado e ao combate à epidemia de sarampo e outras doenças que ameaçaram a população do Parque.

Durante vários anos os irmãos Villas Boas estiveram à frente do Parque Nacional do Xingu. Sua atuação teve muitos aspectos positivos e outros nem tanto. Organizaram um programa sistemático de saúde pública, vacinações e assistência médica para os índios, colocando sob controle quase todas as doenças epidêmicas e favorecendo o crescimento populacional. Entretanto, ao fornecerem aos índios do Xingu uma ampla gama de ferramentas e de bens materiais, provocaram algumas mudanças nas relações, no interior das sociedades indígenas, entre elas havendo, por exemplo, um decréscimo na produção artesanal nativa e um movimento paralelo de substituição do comércio entre os vários povos por uma maior dependência econômica destes em relação ao Posto Indígena, sede do Parque. Outra mudança importante foi a diminuição do poder dos chefes e um aumento correspondente do poder dos funcionários que trabalhavam no Posto Indígena. Ainda assim, as inovações introduzidas gradualmente pelos irmãos Villas Boas não chegaram a ter efeitos destrutivos no que diz respeito à coesão social de cada um daqueles povos. Por outro lado, as medidas sanitárias preventivas que adotaram e o controle que mantiveram das relações entre índios e estranhos ao Parque foram fundamentais para garantir sua sobrevivência.


http://www.funai.gov.br/


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Da mandioca ao beiju

                                                                     
 A mandioca é a base da alimentação de muitos povos indígenas. Com a mandioca faz-se o beiju, prato importante no dia-a-dia e, também, em rituais e cerimônias.

Há dois tipos de mandioca: a mansa ou doce (Manihot aipi), também conhecida como aipim ou macaxeira e, a mandioca brava (Manihot utilisima) ou amarga, que é venenosa.

Entre os povos indígenas, esta espécie é usada na produção de farinha e, portanto, do beiju.

Eles têm o conhecimento de como retirar todo o veneno e torná-la comestível. Para a produção de farinha, a mandioca brava é descascada, lavada, ralada e espremida numa esteira, como fazem os Kuikuro do Parque Indígena do Xingu, ou no tipiti- longo tubo trançado em palha- como os Apurinã (AM).

No Xingu, depois de retirado todo o sumo, são formados bolos com a polpa da mandioca que são secos ao sol. Os bolos são, então, triturados e peneirados, tornando-se farinha que é espalhada sobre um torrador, no fogo, e está pronto o beiju.



                                                                                            
    

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Jogos tradicionais indígenas

O povo Xikrin, da Terra Indígena Xikrin do Kateté, no estado do Pará, irá promover, este ano, a primeira edição dos Jogos Tradicionais Indígenas. O evento será realizado de 20 a 27 de outubro, na aldeia Djudjêkô. A data foi escolhida por ser aniversário da criação da aldeia pelo Cacique Botiê Xikrin.

De acordo com um dos organizadores, Bemajti Xikrin, o principal objetivo é “resgatar os valores e a história de nossos ancestrais. Acreditamos que os jogos funcionam como um momento de prazer, de competição saudável, na busca de auto-estima e na reafirmação da identidade de cada indígena”, relata Bemajti.

Serão realizados os seguintes jogos, nas modalidades masculino e feminino: Cabo de Guerra, Corrida 5.000m e 100m, Canoagem, Futebol, Lança, Natação e Pintura Corporal, que será avaliada por jurados. O Arco e Flecha será apenas para homens.

Durante as competições, haverá exposição de artesanato e festas culturais, com danças, cantos e culinária dos povos participantes. Além dos atletas Xikrin, também participarão representantes do povo Mebêngokré e do povo Gavião. Atletas de outros povos indígenas que quiserem se inscrever devem entrar em contato com as associações do Povo Xikrin Porekrô, pelos telefones (94) 3322-1020 ou 3322-1347), e do Povo Kakarekré, no (94) 3322-5760, com antecedência de no mínimo 7 dias, de forma que os organizadores possam providenciar alojamento.

Interessados em assistir os jogos devem entrar em contato com a Coordenação Regional da Funai em Marabá, com antecedência mínima de 20 dias, a fim de obter a autorização de entrada em terra indígena. Os números são: (94) 3322-1799 e 3322-3183.

http://blogdafunai.blogspot.com/2011/09/povo-xikrin-realiza-jogos-tradicionais.html