quinta-feira, 30 de junho de 2011

POR QUE DEMARCAR

O processo de demarcação é o meio administrativo para explicitar os limites do território tradicionalmente ocupado pelos povos indígenas. É dever da União Federal, que busca, com a demarcação das terras indígenas: a) resgatar uma dívida histórica com os primeiros habitantes destas terras; b) propiciar as condições fundamentais para a sobrevivência física e cultural desses povos; e c) preservar a diversidade cultural brasileira, tudo isto em cumprimento ao que é determinado pelo caput do artigo 231 da Constituição Federal.

Sempre que uma comunidade indígena possuir direitos sobre uma determinada área, nos termos do § 1º do Artigo 231 da CF, o poder público terá a atribuição de identificá-la e delimitá-la, de realizar a demarcação física dos seus limites, de registrá-la em cartórios de registro de imóveis e protegê-la. Estes atos estão vinculados ao próprio caput do artigo 231 e, por isso mesmo, a União não pode deixar de promovê-los.

As determinações legais existentes são, por si só, suficientes para garantir o reconhecimento dos direitos indígenas sobre as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, independentemente da sua demarcação física. Porém, a ação demarcatória é fundamental e urgente enquanto ato governamental de reconhecimento, visando a precisar a real extensão da posse indígena a fim de assegurar a proteção dos limites demarcados e permitir o encaminhamento da questão fundiária nacional.

http://www.funai.gov.br/

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os Índios de Darcy Ribeiro

A exposição itinerante Os Índios de Darcy Ribeiro,do MI,está sendo apresentada na Casa de Cultura Mário Quintana,em Porto Alegre.
A exposição reúne trabalhos fotográficos do período entre 1942 e 1949. Darcy Ribeiro assina cinco fotos dos Ofayé(MS),únicos registros fotográficos existentes da etnia. As demais fotos, são de Harald Schultz e Heinz Foerthmann.
O material pertence ao Fundo SPI do Arquivo do MI.

MI promove sessões interativas de narração de lendas Karajá

O Museu do Índio oferece sessões de contação de histórias Iny Mahãndu (TO), etnia conhecida como Karajá. À frente da iniciativa está a atriz e narradora peruana Rosana Reategui, que é, também, pesquisadora de lendas indígenas latino-americanas. Uma vez por mês, a narração será realizada pela atriz Luciana Zule e grupo Mosaico.

O evento "Era uma vez lá no fundo do rio...", promovido pelo Serviço de Atividades Culturais do MI, acontece no Jardim do Museu, sempre aos domingos, às 16h, com entrada franca. Cada encontro tem duração de 50 minutos e inclui a narração de quatro histórias destinadas ao público infantil. Durante a atividade, os participantes tem a oportunidade de conhecer as lendas e os costumes do povo Karajá, habitante da Ilha do Bananal, em Tocantins. As histórias são contadas, de forma interativa, ao som da flauta e da sonoplastia do músico Rudi Garrido.

De acordo com a atriz, Rosana Reategui, a atividade é uma importante ferramenta para aproximar, de forma lúdica, o público infantil de realidades e culturas que fazem parte da identidade do país, proporcionando, assim, maior compreensão e respeito aos diferentes modos de vida.



Museu do Índio
Evento: “Era uma vez lá no fundo do rio...”
Data: sempre aos domingos, até 27 de novembro de 2011
Horário: 16h
Entrada franca
Endereço: Rua das Palmeiras 55 - Botafogo - Rio de Janeiro


O QUE É TERRA INDÍGENA

"Para os povos indígenas, a terra é muito mais do que simples meio de subsistência. Ela representa o suporte da vida social e está diretamente ligada ao sistema de crenças e conhecimento. Não é apenas um recurso natural - e tão importante quanto este - é um recurso sócio-cultural" (RAMOS, Alcida Rita - Sociedades Indígenas).

Vale lembrar que o reconhecimento dos índios enquanto realidades sociais diferenciadas, na Constituição Federal, não pode estar dissociado da questão territorial, dado o papel relevante da terra para a reprodução econômica, ambiental, física e cultural destes.

Tanto assim que o texto constitucional trata de forma destacada este tema, apresentando, no parágrafo 1º do artigo 231, o conceito de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, definidas como sendo: aquelas "por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições". Terras que, segundo o inciso XI do artigo 20 da CF, "são bens da União" e que, pelo §4º do art. 231, são "inalienáveis e indisponíveis e os direitos sobre elas imprescritíveis".

Embora os índios detenham a posse permanente e o "usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos" existentes em suas terras, conforme o parágrafo 2º do Art. 231 da Constituição, elas constituem patrimônio da União. E, como bens públicos de uso especial, as terras indígenas, além de inalienáveis e indisponíveis, não podem ser objeto de utilização de qualquer espécie por outros que não os próprios índios. http://www.funai.gov.br/

terça-feira, 28 de junho de 2011

Jogos dos povos Indígenas

"O importante não é competir, e sim, celebrar"
Em sua sabedoria milenar, a cultura indígena valoriza muito o celebrar. Suas festas são manifestações alegres de amor à vida e a natureza. Têm como referência em suas tradições a espiritualidade, que é a dimensão da vida criada por um ser superior, tendo nos elementos da natureza - árvores, pássaros, animais, rios, lagos, matas - a grandeza da vida.

Essa tradição não tem sentido de coisa passada e sim na busca da memória, que é transmitida e atualizada de geração a geração, respeitando-se assim esses valores, adquirindo o dom da partilha em comemorar uns com os outros, vivendo a gratuidade do festejar.

Com a chegada da "nova civilização", as comunidades indígenas criaram outros mecanismos políticos, sociais e econômicos. Foi desse contexto que nasceu a idéia da criação dos Jogos dos Povos Indígenas, um segmento que nunca fora antes pensado, cuja função e objetivos ganham cada vez mais o caráter de composição da grande família. Todos participam, promovendo a integração entre as diferentes tribos com sua cultura e esportes tradicionais.

Nasce um novo conceito de se fazer, conhecer e se estabelecer uma relação de igualdade com a sociedade envolvente. Somente o esporte possibilitará esse momento de respeito às diferenças e de promover a diversidade cultural étnica que caracteriza os indígenas brasileiros.

Carlos Justino Terena


Projeto de Documentação de Culturas Indígenas do Museu do Índio realiza Oficina Audiovisual para os Guarani

Começa nesta terça-feira,(28/06) no Museu do Indio, Oficina Audiovisual Guarani. A iniciativa, do Projeto de Documentação de Culturas Indígenas, será coordenada pelo antropólogo do PRODOCULT, Rafael Fernandes Mendes Júnior. À frente da oficina estará o documentarista Celso Renato Maldos. Ele vai ensinar técnicas de filmagem e edição à seis Guarani. O material a ser editado, foi produzido durante Oficina de Capacitação de Pesquisadores Indígenas para Registro da Cultura Material e Imaterial, realizada pelo PRODOCULT, entre agosto de 2009 e dezembro de 2010, na Aldeia Sapukai, Terra Indígena de Bracui, em Angra dos Reis. As filmagens serão editadas na oficina que acontece esta semana no MI. O resultado do trabalho será apresentado na Feira Literária de Parati - FLIP, que começa no dia 06 de julho.
http://museudoindiorj.blogspot.com/

15 mil estudantes visitaram o Museu do Índio este ano

De acordo com o Núcleo de Atendimento Escolar do Museu do Índio, foram registradas, nos primeiros cinco meses de 2011, quinze mil visitas de alunos de escolas das redes pública e particular. Nesse período, 281 instituições de ensino visitaram o museu, registrando aumento, em relação ao mesmo período no ano passado, quando dez mil 505 alunos de 240 escolas visitaram o museu. Em comparação a 2009, as visitas também aumentaram. Naquele ano , seis mil 733 estudantes de 164 instituições de ensino públicas e particulares estiveram no Museu do Índio.

O NUAPE
O Núcleo de Atendimento ao Público Escolar - NUAPE , do Serviço de Atividades Culturais, oferece à grupos de estudantes e professores, uma série atividades sobre diferentes culturas indígenas, a partir das exposições e coleções do Museu do Índio.
Para obter informações e/ou agendar visitas, ligue para 0(XX)21-3214-8729/-8730/-8731, de segunda a sexta, das 10h às 17h ou procure, no Museu do Índio, o Núcleo de Atendimento ao Público Escolar nos mesmos dias e horário. Após o agendamento, as visitas deverão ser confirmadas pelo e-mail atividade@museudoindio.gov.br .
http://museudoindiorj.blogspot.com/

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Isolados

Funai confirma existência de novo grupo de isolados no Vale do Javari

Uma nova comunidade de índios isolados foi localizada pela Frente de Proteção Etnoambiental da Funai no Vale do Javari. A existência do grupo foi confirmada durante sobrevôo realizado em abril deste ano, com apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI). A expedição aérea avistou três clareiras com quatro grandes malocas no total.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ilha de Porto Real poderá ser sede dos Jogos dos Povos Indígenas

21/06/2011 08h50
Representantes da comissão nacional responsável pela organização da 11º edição dos Jogos dos Povos Indígenas estiveram nesta segunda-feira, 20, no município de Porto Nacional para escolher o local onde será montada a estrutura do evento. De acordo com o chefe da comissão e responsável pelo comitê intertribal dos jogos, Marcos Terena, tudo indica que a Ilha de Porto Real sediará o evento internacional. Dando apoio aos quatro integrantes da comissão, acompanharam a visita a Porto Nacional, o secretário da Juventude e dos Esportes, Olyntho Neto, a Secretária da Cultura, Kátia Rocha, e a prefeita do município, Tereza Martins. A realização do evento no Tocantins é uma reivindicação do senador Vicentinho Alves.

Tradição, espiritualidade e modernidade. Segundo Marcos Terena essas são as palavras que vão marcar a 11º edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que será realizada no mês de outubro deste ano no Tocantins. “Estamos contando com a participação de cerca de 1400 indígenas de várias etnias do Brasil e de vários países, como Canadá, Estados Unidos, Venezuela e Colômbia”, acrescentou Terena. A imprensa de todos os continentes também estará no Estado para fazer a cobertura dos jogos.

O Secretário Olyntho Neto disse que o Governo do Tocantins está com total disposição para fazer tudo que for necessário para que o evento seja o melhor de todos. “Somos parceiros e já estamos formando a comissão estadual que ficará responsável pelos jogos. Graças ao empenho do Governador Siqueira Campos e do senador Vicentinho Alves conseguimos trazer esse evento internacional para o Tocantins, e vamos fazer bonito”, concluiu.

A Ilha de Porto Real atende todas as necessidades do evento, como explicou Marcos Terena. De acordo com ele, nas outras edições, foram escolhidas áreas sem nenhuma estrutura e tudo foi montado especialmente para a competição. “Na ilha, boa parte da estrutura já existe”, completou. O próximo passo será a formatação do projeto que será apresentado ao ministro do Esporte, Orlando Silva, para a aprovação.

A organização da 11º edição dos Jogos dos Povos Indígenas vai ficar por conta do Ministério do Esporte, Governo do Estado e Prefeitura de Porto Nacional. Também estiveram presentes na visita a Porto Nacional o ex-secretário do Esporte, Jayme Lourenço, o vereador Neto Alves, e os integrantes da Comissão Nacional dos Jogos, Carlos Terena, Muriel Plautz e Cláudia Bonaleme. (Da assessoria)

http://www.museudoindio.gov.br/template_01/default.asp?ID_S=29&ID_M=913

A ORIGEM DOS POVOS AMERICANOS

Os habitantes do continente americano descendem de populações advindas da Ásia, sendo que os vestígios mais antigos de sua presença na América, obtidos por meio de estudos arqueológicos, datam de 11 a 12,5 mil anos. Todavia, ainda não se chegou a um consenso acerca do período em que teria havido a primeira leva migratória.
Os povos indígenas que hoje vivem na América do Sul são originários de povos caçadores que aqui se instalaram, vindo da América do Norte através do istmo do Panamá, e que ocuparam virtualmente toda a extensão do continente há milhares de anos. De lá para cá, estas populações desenvolveram diferentes modos de uso e manejo dos recursos naturais e formas de organização social distintas entre si.
Não existe consenso também, entre os arqueólogos, sobre a antigüidade da ocupação humana na América do Sul. Até há alguns anos, o ponto de vista mais aceito sobre este assunto era o de que os primeiros habitantes do continente sul-americano teriam chegado há pouco mais de 11 mil anos.
No Brasil, a presença humana está documentada no período situado entre 11 e 12 mil anos atrás. Mas novas evidências têm sido encontradas na Bahia e no Piauí que comprovariam ser mais antiga esta ocupação, com o que muitos arqueólogos não concordam. Assim, há uma tendência cada vez maior de os pesquisadores reverem essas datas, já que pesquisas recentes vêm indicando datações muito mais antigas
http://www.funai.gov.br/

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Indígenas propõem fortalecimento cultural e união entre os povos do Xingu

 15 de junho 
             
O I Festival de Cultura Xinguana, em comemoração aos 50 anos do Parque Indígena do Xingu, mobilizou as comunidades para discussões sobre a influência dos costumes do “homem branco” e a necessidade de união entre os povos para uma ação conjunta pela preservação do território e da cultura. Cerca de 500 indígenas dos diferentes povos estiveram reunidos, entre os dias 10 e 13 de junho, para relembrar a história da criação do parque, comemorar a data, avaliar a situação atual e planejar os próximos 50 anos.
Foram três dias de atividades culturais e rodas de conversa, para uma avaliação política da vida do Parque até os dias de hoje e os anseios das comunidades para o futuro. Como resultado, a Associação Terra Indígena Xingu (Atix) solicita que governo avalie a viabilidade de um encontro anual, ou pelo menos de 4 em 4 anos, que reúna as principais lideranças, mulheres e jovens dos 16 povos indígenas da região para discutir as demandas das comunidades, informou o presidente da Atix, Pikuruk Kayabi.
Segundo ele, essa união é fundamental para manter a cultura e a preservação do Parque Indígena. “Será um encontro para debater sobre fiscalização, cultura, alternativas econômicas e manter a união entre as etnias do Xingu. Este primeiro Festival permitiu que cada um se conhecesse melhor, pudemos ouvir a opinião de antigas lideranças, o que fortaleceu os jovens que estão nessa luta pela preservação e desenvolvimento da cultura xinguana”, avaliou Pikuruk.
O coordenador regional da Funai no Xingu, Nhonkoberi Suya, avaliou o encontro como muito positivo. “O parque foi pensado para proteger a tradição e manter o xinguano com a cultura sempre viva. Com a chegada de tecnologia, televisão, motor, internet, tem mudado um pouco, mas a gente quer manter o Xingu com a tradição muito forte. O encontro contribuiu para isso, por estarem ali as 16 etnias representadas, com suas tradições diferentes”, disse.
Nhonkoberi se preocupa com os indígenas que têm ido para a cidade e considera que o evento também foi importante no sentido de levantar essa questão e encontrar uma solução para frear essas saídas e a entrada de não índios na Terra Indígena sem o acompanhamento da Funai. “Como coordenador regional tenho preocupação com saída dos jovens, com as pessoas morando na cidade e os problemas que possam vir a acontecer”, ressaltou.
Uma das principais preocupações levantadas foi a influência que os jovens sofrem ao sair das aldeias para estudar nas cidades. Aru Trumai, que conviveu com os irmãos Villas Bôas até os 27 anos, diz que os jovens hoje estão saindo muito e trazendo doenças. “Hoje sai, não fala mais com chefe, com cacique. Daqui a pouco vai querer morar na cidade, trabalhar para fazendeiro. Não é bom”, avalia.
A preocupação foi confirmada por Managu Ikpeng, que questiona a educação que ensina a ter dinheiro. “Tem índio pedindo na cidade. Está dando vergonha”, observa, lembrando que “Orlando (Villas Bôas) orientava que se um dia eles saíssem da aldeia, o branco ia oferecer coisas: açúcar, café, fumo, em troca de alguma coisa. Se aceitar, eles vão destruir tudo e vocês vão ficar doentes”.
Além da influência das cidades, há a preocupação com a nascente do rio Xingu. “A cabeceira do rio fica fora do parque. Peço aos ambientalistas um meio de preservar a nascente. Podiam deixar uma área de 5 Km em torno da nascente”, reivindicou o líder Pirakumã Yawalapiti.
Cultura – As comemorações de 50 anos do Parque Indígena do Xingu incluíram danças, jogos e cinema feito pelos indígenas do parque. Os filmes do cineasta Kamikia Kinsêdjê foram bastante aplaudidos pelo público. Os filmes foram realizados pelo projeto Vídeo nas Aldeias. São documentários sobre a cultura e também histórias de ficção.
Para Kamikia, “a diferença é grande quando o branco vem fazer matéria sobre os povos indígenas, porque ele não tem uma visão ampla sobre o cotidiano da aldeia. A gente sente falta de mais informações”. Ele considera que a tecnologia pode ser uma aliada para a preservação da cultura indígena. “O vídeo pode ajudar a preservar. A produtora tem sede na aldeia e a comunidade tem gostado do nosso trabalho. Conseguimos resgatar cantos com antropólogos e, com isso, os jovens estão aprendendo as músicas”, comemora. Os filmes de Kamikia – A Festa do Rato, Mulheres Guerreiras, A História do Monstro Kátpy (filme e making off) e Os Kinsêdjê Contam sua História - podem ser assistidos no site do Vídeo nas Aldeias.
http://www.funai.gov.br/

Domingo no Museu !!!!!!

Para filhos e pais
Todos os domingos às 16h no Museu do Índio
Rua das Palmeiras, 55 - Botafogo
ENTRADA FRANCA


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Agendando visitas

O Núcleo de Atendimento ao Público Escolar - NUAPE , do Serviço de Atividades Culturais, oferece à grupos de estudantes e professores,   programas especiais com informações sobre diferentes culturas indígenas,  a partir das exposições e coleções do Museu do Índio.

Como agendar

Informe-se sobre horários, preços e isenções concedidas às escolas da rede  pública.
As atividades com grupos  escolares têm início em março de cada ano e permanecem até dezembro.
As reservas podem ser feitas, em geral, a partir de fevereiro.

Para obter informações e/ou agendar, ligue para 0(XX)21-3214-8729/-8730/-8731, de segunda a sexta, das 10h às 17h ou procure, no Museu do Índio, o Núcleo de Atendimento ao Público Escolar nos mesmos dias e horário. Após o agendamento, as visitas deverão ser confirmadas pelo e-mail atividade@museudoindio.gov.br.
Ao entrar em contato com  a equipe do NUAPE, tenha à mão os seguintes dados para agendar sua visita:
- opções de datas e horários para a visita;
- o número de alunos e a série a que pertencem;
- o nome da escola e o endereço completo, inclusive o CEP;
- seu nome, telefone para contato e e-mail.

Importante: 
Após agendar a sua visita, você deve enviar  confirmação ao Museu por e-mail.
Escolas públicas, instituições filantrópicas e ONGs não pagam ingresso. Para obter a gratuidade é preciso  apresentar  ofício de identificação no dia da visita.   


Grupos
O Museu do Índio recebe crianças da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio, para participar de suas atividades. O grupo deve ter, no máximo, 35 crianças e para cada 10, o Museu pede um acompanhante ou professor. Os acompanhantes devem estar com seu grupo durante toda a visita.

Acesso e Estacionamento
Não há área de estacionamento disponível a visitantes.
É possível o acesso ao Museu por:

Metrô: Linha 1, Estação Botafogo.
Informações (Metrô) 2296-6116.

Ônibus:- Do Centro:
178 (linha Rodoviária-Hotel Nacional),
136 (linha Rodoviária-Copacabana, passando pela Avenida Presidente Vargas, Flamengo e rua São Clemente, em Botafogo) e
172 (linha Rodoviária-Leblon).
- Da Zona Norte:
409 (linha Saens Peña-Horto, passando pela rua São Clemente, em Botafogo) e
410 (linha Saens Peña-Leblon, passando por Flamengo e rua São Clemente).
- Da Zona Sul:
522 (linha Vidigal-Metrô Botafogo, circular por Leblon, Ipanema, Copacabana e Jardim Botânico) e
511 e 512 (passam pela rua Voluntários da Pátria).


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Educação e Arte

EDUCAÇÃO E ARTE     


  Aprendi com meu povo o verdadeiro significado da palavra educação ao ver o pai ou a mãe da criança índia conduzindo-a passo a passo no aprendizado cultural. Pescar, caçar, fazer arcos e flechas, limpar o peixe, coze-lo, buscar água, subir na árvore... Em especial minha compreensão aumentou quando, em grupo, deitávamos sob a luz das estrelas para contemplá-las procurando imaginar o universo imenso diante de nós. Educação para nós, se dava no silêncio. Nossos pais nos ensinavam a sonhar com aquilo que desejávamos.
        Compreendi, então, que educar é fazer sonhar. Aprendi a ser índio, pois aprendi a sonhar (“viajar”, na linguagem do não índio). Ia para outras paragens. Passeava nelas, aprendia com elas.
        Percebi que, na sociedade indígena, educar é arrancar de dentro para fora, fazer brotar os sonhos, e, às vezes, rir do mistério da vida.
         Descobri depois, que na sociedade pós-moderna ocidental, educação significa a mesma coisa: tirar de dentro, jogar para fora. Mas isso fica na teoria. Decepcionei-me ao ver que os professores faziam ao contrário. Punham de fora para dentro. Os sonhos ficavam entalados dentro das crianças e jovens. Não tinham tempo para sair. Aprender, para o ocidental, é ficar inerte ouvindo um montão de bobagens desnecessárias. As crianças não têm tempo para sonhar, por isso acham a escola uma grande chatice.
        Não escolhi ser índio, esta é uma condição que me foi imposta pela divina mão que rege o universo, mas escolhi ser professor, ou melhor, confessor dos meus sonhos.  Desejo narrá-los para inspirar outras pessoas a narrar os seus, a fim de que o aprendizado aconteça pela palavra e pelo silêncio. É assim que “dou” aula: com esperança e com sonhos...

Extraído do livro História de Índio, de Daniel Munduruku.

Lei nº 11.465/08 - Inclui no currículo oficial da rede de ensino a temática "História e cultura Afro-Brasileira e Indígena"

Veja mais: http://comitedehistoria.wordpress.com/2008/03/29/historia-e-cultura-dos-indios-disponiveis-no-portal-dominio-publico/

Governo e Funai definem diretrizes para a melhoria da educação indígena

Trabalhar novas diretrizes de forma efetiva pela melhoria da educação indígena do Maranhão. Esta foi a linha da reunião de trabalho, realizada quarta-feira (1º), entre a secretária de Educação (Seduc), Olga Simão, e uma equipe técnica da coordenação geral da Fundação Nacional do Índio (Funai). "A Funai deixou evidenciada, de forma clara, disposição de trabalhar de forma articulada com a Seduc para podermos avançar na melhoria da qualidade da educação indígena", ressaltou a secretária.
Na opinião de Olga Simão, a reunião de trabalho serviu para analisar os pontos básicos da educação dos povos indígenas, como a parte pedagógica, capacitação e demais ações da educação indígena.
Para a secretária, a reunião representa um novo momento de trabalho articulado entre a Seduc e diversos organismos, com as regionais de educação, a Funai e o Ministério Público, para propor uma reestruturação da educação dos povos indígenas.
Dentre os principais assuntos discutidos no encontro está a formação de professores indígenas na perspectiva da licenciatura em parceria com as universidades, o Plano de Ações Articuladas (PAR) Indígena para a estruturação dos territórios étnico-educacionais, e o planejamento e recadastramento das escolas indígenas.
De acordo com Maria Helena Fialho, da coordenação geral da Funai em Brasília, a fundação participa do novo momento de reestruturação da educação dos povos indígenas desde o processo de discussão e definição de prioridades, a partir das demandas registradas e a sistematização das ações da Seduc.
Frisando que a secretaria articula e participa de forma efetiva no processo de implementação das políticas voltadas para os povos indígenas, ela avaliou que a reunião de trabalho apresentou resultados proveitosos, com a clara predisposição da Seduc em avançar e qualificar ainda mais as relações com os povos indígenas, por meio do caminho do diálogo.
Participaram, também, da reunião, as secretárias adjuntas da Seduc, Graça Tajra (Ensino), Carmem Cassas (Suporte ao Sistema Educacional), a Supervisora de Educação Indígena, Isa Quadros, Célia Regina Santos (Superintendência de Modalidades e Diversidades Educacionais), representante do Ministério Público, Joiza Madeira; José Piancó, Eliane Araujo e José Rubens, da Funai de Imperatriz.
Para o coordenador da Funai em Imperatriz, José Piancó, a reunião foi o primeiro passo dado pela secretária Olga Simão, em conjunto com a Funai, para que todas as ações sejam concretizadas. "A secretaria demonstrou vontade política de trabalhar em sintonia com a Funai para melhorar o sistema educacional de 17 terras indígenas do Maranhão", ressaltou.
Fonte: Plantão Jornal Pequeno online
2 de junho de 2011 às 17:53

http://www.museudoindio.gov.br/template_01/default.asp?ID_S=29&ID_M=882

As Sociedades

Os índios sobrevivem. Não apenas biologicamente, mas também do ponto de vista das tradições culturais, segundo comprovam estudos recentes, os quais demonstram que a população indígena vem aumentando rapidamente nas últimas décadas. Hoje, as 215 diferentes sociedades somam cerca de 358 mil pessoas, que falam 180 línguas distintas. Os índios vivem nos mais diversos pontos do território brasileiro e representam, em termos demográficos, um pequeno percentual da população de 150 milhões de habitantes do Brasil. Todavia são um exemplo concreto e significativo da grande diversidade cultural existente no País.
Os seus antepassados contribuíram com muitos aspectos de suas diversificadas culturas para a formação do que atualmente se chama Brasil: um país de vasta extensão territorial, cuja população é formada pelos descendentes de europeus, negros, índios e, mais recentemente, também de imigrantes vindos de países asiáticos, que mesclaram suas diferentes línguas, religiões e tradições culturais em geral, propiciando a formação de uma nova cultura, fortemente marcada por contrastes.
Mais da metade da população indígena está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, principalmente na área da Amazônia Legal. Mas há índios vivendo em todas as regiões brasileiras, em maior ou menor número, com exceção dos estados do Piauí e Rio Grande do Norte.
Mesmo no Piauí, existem grupos de pessoas que vivem no interior do estado as quais vêm se auto-identificando como indígenas e começam a reivindicar o reconhecimento como indígenas junto à FUNAI.
Muitos dos nomes usados para designar as sociedades indígenas que vivem no Brasil não são autodenominações destas sociedades. Foram imensas as dificuldades de comunicação entre os europeus e os nativos da terra, bem como, muito mais tarde, entre os funcionários do órgão indigenista oficial e mesmo entre os antropólogos e os índios, motivadas pelo não-entendimento das línguas faladas.
Assim sendo, é comum que uma sociedade indígena seja conhecida por uma denominação que lhe foi atribuída aleatoriamente pelos primeiros indivíduos que entraram em contato com ela ou pela denominação dada pelos inimigos tradicionais. Ela é quase sempre pejorativa. E há, ainda, sociedades que receberam nomes diferentes em épocas diversas.
Portanto, a mesma sociedade indígena pode ser conhecida por vários nomes e eles nem sempre são escritos da mesma forma. Isto depende de convenção feita pelos não-índios, uma vez que os falantes originais das línguas indígenas eram ágrafos, isto é, não conheciam a escrita.
Existe uma "Convenção para a grafia dos nomes tribais" estabelecida pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) em 1953. Embora muitos aspectos desta convenção sejam respeitados pelos antropólogos até hoje, há outros aspectos que nunca foram seguidos.
http://www.funai.gov.br/

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Índios isolados

Alguns povos indígenas, desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de todas as transformações ocorridas no País. Eles mantêm as tradições culturais de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura incipiente, isolados do convívio com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas.
Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes, na esperança de lograrem sobreviver escondendo-se para sempre.
Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por isso, sua língua é desconhecida. Entretanto, sabe-se que alguns fatores são fundamentais para possibilitar a existência futura desses grupos. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua sobrevivência física e cultural.
No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos.
A Funai atua na proteção e identificação de índios isolados por meio da sua Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) e de 12 Frentes de Proteção Etnoambiental, que estão localizadas nos estados do Mato Grosso (2), Maranhão (1), Pará (2), Amazonas (3), Acre (1), Rondônia (2), e Roraima (1).
http://www.funai.gov.br/

Curso de Férias 2011

Estão abertas as inscrições para o curso Dimensões das Culturas Indígenas 2011.

O tema escolhido para essa edição é “Histórias e Culturas dos Povos Indígenas”. As aulas vão acontecer de 18 a 29 de julho, das 14 às 17 horas, ministradas por especialistas da UFF, USP, UERJ, UNIRIO, Museu Goeldi e Prodoclin/Museu do Índio.
Conheça a programação.

Vagas limitadas.
Inscrições a partir de 6 de junho de 2011, das 10 às 17 h
Taxa de inscrição: R$ 250,00 profissionais – Estudantes R$ 125,00
Local: Museu do Índio – Coordenação de Divulgação Científica - Rua das Palmeiras, 55 – Botafogo –Tel. (21) 3214-8718
e-mail: divulgacao.cientifica@museudoindio.gov.br


http://www.museudoindio.gov.br/template_01/default.asp?ID_S=5&ID_M=885

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dica cultural para o fim de semana

Festival de música em Santa Teresa, dia 19 de junho!
Confira no site!


http://www.lacumbuca.com/2011/05/festival-santa-musica-dia-19-de-junho.html

As línguas indígenas

A língua é o meio básico de organização da experiência e do conhecimento humanos. Quando falamos em língua, falamos também da cultura e da história de um povo. Por meio da língua, podemos conhecer todo um universo cultural, ou seja, o conjunto de respostas que um povo dá às experiências por ele vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo.
Há várias maneiras de se classificar as línguas. Os lingüistas atuais consideram como mais apropriada a classificação do tipo genético. Eles só recorrem a outros tipos de classificação quando não há dados suficientes para realizar a classificação por meio do critério genético.
Na classificação genética, reúnem-se numa mesma classe as línguas que tenham tido origem comum numa outra língua mais antiga, já extinta. Desta forma, as línguas faladas pelos diversos povos da Terra são agrupadas em famílias lingüísticas, e estas famílias são reunidas em troncos lingüísticos, sempre buscando a origem comum numa língua anterior.
Embora o português seja a língua oficial no Brasil, deve haver por volta de outras 200 línguas faladas regularmente por segmentos da população. Um exemplo são os descendentes de imigrantes italianos, japoneses etc., que em determinados contextos falam a língua materna.
Ainda hoje, muitos índios falam unicamente sua língua, desconhecendo o português. Outros tantos falam o português como sua segunda língua. O lingüista brasileiro Aryon Dall'Igna Rodrigues estabeleceu uma classificação das línguas indígenas faladas no Brasil, sendo esta a mais utilizada pela comunidade científica que se dedica aos estudos pertinentes às populações indígenas.
As línguas são agrupadas em famílias, classificadas como pertencentes aos troncos Tupi, Macro-Jê e Aruak. Há Famílias, entretanto, que não puderam ser identificadas como relacionadas a nenhum destes troncos. São elas: Karib, Pano, Maku, Yanoama, Mura, Tukano, Katukina, Txapakura, Nambikwara e Guaikuru.
Além disso, outras línguas não puderam ser classificadas pelos lingüistas dentro de nenhuma família, permanecendo não-classificadas ou isoladas, como a língua falada pelos Tükúna, a língua dos Trumái, a dos Irântxe etc.
Ainda existem as línguas que se subdividem em diferentes dialetos, como, por exemplo, os falados pelos Krikatí, Ramkokamekrá (Canela), Apinayé, Krahó, Gavião (do Pará), Pükobyê e Apaniekrá (Canela), que são, todos, dialetos diferentes da língua Timbira.
Há sociedades indígenas que, por viverem em contato com a sociedade brasileira há muito tempo, acabaram por perder sua língua original e por falar somente o português. De algumas dessas línguas não mais faladas ficaram registros de grupos de vocábulos e informações esparsas, que nem sempre permitem aos lingüistas suficiente conhecimento para classificá-las em alguma família. De algumas outras línguas, não ficaram nem resquícios.
Estima-se que cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes eram faladas no Brasil há 500 anos. Hoje são 180, número que exclui aquelas faladas pelos índios isolados, uma vez que eles não estão em contato com a sociedade brasileira e suas línguas ainda não puderam ser estudadas e conhecidas.
Ressalte-se que o fato de duas sociedades indígenas falarem línguas pertencentes a uma mesma família não faz com que seus membros consigam entender-se mutuamente. Um exemplo disso se dá entre o português e o francês: ambas são línguas românicas ou neolatinas, mas os falantes das duas línguas não se entendem, apesar das muitas semelhanças lingüísticas existentes entre ambas.
É importante lembrar que o desaparecimento de tantas línguas representa uma enorme perda para a humanidade, pois cada uma delas expressa todo um universo cultural, uma vasta gama de conhecimentos, uma forma única de se encarar a vida e o mundo.

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III Encontro de Escritores e Artistas Indígenas na UERJ - Dia 15 de junho 2011

Arte Wajãpi
Confira o III Encontro de Escritores e Artistas Indígenas na UERJ, promovido pelo Programa de Estudos dos Povos Indígenas - Proindio-UERJ.




Identidade e diversidade

As populações indígenas são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada. O preconceito parte, muito mais, daqueles que convivem diretamente com os índios: as populações rurais.
Dominadas política, ideológica e economicamente por elites municipais com fortes interesses nas terras dos índios e em seus recursos ambientais, tais como madeira e minérios, muitas vezes as populações rurais necessitam disputar as escassas oportunidades de sobrevivência em sua região com membros de sociedades indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-os de "ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e "beberrões", enfim, de tudo que possa desqualificá-los. Procuram justificar, desta forma, todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus territórios.
Já a população urbana, que vive distanciada das áreas indígenas, tende a ter deles uma imagem favorável, embora os veja como algo muito remoto. Os índios são considerados a partir de um conjunto de imagens e crenças amplamente disseminadas pelo senso comum: eles são os donos da terra e seus primeiros habitantes, aqueles que sabem conviver com a natureza sem depredá-la. São também vistos como parte do passado e, portanto, como estando em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento da população indígena.
Só recentemente os diferentes segmentos da sociedade brasileira estão se conscientizando de que os índios são seus contemporâneos. Eles vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as conseqüências da poluição ambiental e das diretrizes e ações do governo nas áreas da política, economia, saúde, educação e administração pública em geral. Hoje, há um movimento de busca de informações atualizadas e confiáveis sobre os índios, um interesse em saber, afinal, quem são eles.
Qualquer grupo social humano elabora e constitui um universo completo de conhecimentos integrados, com fortes ligações com o meio em que vive e se desenvolve. Entendendo cultura como o conjunto de respostas que uma determinada sociedade humana dá às experiências por ela vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo, percebe-se o quanto as diferentes culturas são dinâmicas e estão em contínuo processo de transformação.
O Brasil possui uma imensa diversidade étnica e lingüística, estando entre as maiores do mundo. São 215 sociedades indígenas, mais cerca de 55 grupos de índios isolados, sobre os quais ainda não há informações objetivas. 180 línguas, pelo menos, são faladas pelos membros destas sociedades, as quais pertencem a mais de 30 famílias lingüísticas diferentes.
No entanto, é importante frisar que as variadas culturas das sociedades indígenas modificam-se constantemente e reelaboram-se com o passar do tempo, como a cultura de qualquer outra sociedade humana. E é preciso considerar que isto aconteceria mesmo que não houvesse ocorrido o contato com as sociedades de origem européia e africana.
No que diz respeito à identidade étnica, as mudanças ocorridas em várias sociedades indígenas, como o fato de falarem português, vestirem roupas iguais às dos outros membros da sociedade nacional com que estão em contato, utilizarem modernas tecnologias (como câmeras de vídeo, máquinas fotográficas e aparelhos de fax), não fazem com que percam sua identidade étnica e deixem de ser indígenas.
A diversidade cultural pode ser enfocada tanto sob o ponto de vista das diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não-indígenas, quanto sob o ponto de vista das diferenças entre as muitas sociedades indígenas que vivem no Brasil. Mas está sempre relacionada ao contato entre realidades socioculturais diferentes e à necessidade de convívio entre elas, especialmente num país pluriétnico, como é o caso do Brasil.
É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias.
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MUSEU DO ÍNDIO NO FOTORIO 2011

Duas exposições  Karajá participam do FotoRio 2011.   O evento de inauguração do encontro aconteceu  na segunda-feira (06/06), no Centro Cultural Correios.
Saiba mais: http://www.museudoindio.gov.br/template_01/default.asp?ID_S=5&ID_M=883

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O que é ser índio

Os habitantes das Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias.
Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças lingüístico-culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio político, econômico e religioso.

Se no Período Colonial era assim, ao longo dos tempos, definir quem era índio ou não constituiu sempre uma questão legal. Desde a independência em relação às metrópoles européias, vários países americanos estabeleceram diferentes legislações em relação aos índios e foram criadas instituições oficiais para cuidar dos assuntos a eles relacionados.
Nas últimas décadas, o critério da auto-identificação étnica vem sendo o mais amplamente aceito pelos estudiosos da temática indígena. Na década de 50, o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro baseou-se na definição elaborada pelos participantes do II Congresso Indigenista Interamericano, no Peru, em 1949, para assim definir, no texto "Culturas e línguas indígenas do Brasil", o indígena como: "(...) aquela parcela da população brasileira que apresenta problemas de inadaptação à sociedade brasileira, motivados pela conservação de costumes, hábitos ou meras lealdades que a vinculam a uma tradição pré-colombiana. Ou, ainda mais amplamente: índio é todo o indivíduo reconhecido como membro por uma comunidade pré-colombiana que se identifica etnicamente diversa da nacional e é considerada indígena pela população brasileira com quem está em contato".
Uma definição muito semelhante foi adotada pelo Estatuto do Índio (Lei nº. 6.001, de 19.12.1973), que norteou as relações do Estado brasileiro com as populações indígenas até a promulgação da Constituição de 1988.
Em suma, um grupo de pessoas pode ser considerado indígena ou não se estas pessoas se considerarem indígenas, ou se assim forem consideradas pela população que as cerca. Mesmo sendo o critério mais utilizado, ele tem sido colocado em discussão, já que muitas vezes são interesses de ordem política que levam à adoção de tal definição, da mesma forma que acontecia há 500 anos.

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O ÍNDIO HOJE

arte wajãpi

Hoje, no Brasil, vivem mais de 800 mil índios, cerca de 0,4% da população brasileira, segundo dados do Censo 2010. Eles estão distribuídos entre 683 Terras Indígenas e algumas áreas urbanas. Há também 77 referências de grupos indígenas não-contatados, das quais 30 foram confirmadas. Existem ainda grupos que estão  requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.

Acontecendo no Museu do Índio



arte wajãpi
 
A partir de hoje,13/06, acontece no
 MI a 3ª Oficina de Documentação de
 Línguas Indígenas, com o tema
“Gestão dos Acervos Digitais Prodoclin”.
 Vão participar 48 representantes de 11 etnias.  A Oficina acontece até 17 de junho.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Muito prazer. Eu sou a Uaçá.


Diversidade cultural e contemporaneidade são os principais pontos abordados nas atividades desenvolvidas no Museu do Índio junto ao público escolar e, também, estão presentes no nosso material de empréstimo
A personagem Uaçá foi criada para mostrar  alguns  aspectos  da  cultura  dos povos indígenas  do  Oiapoque .O principal objetivo é  ressaltar a  diferença  cultural  entre  nós, brasileiros  urbanos, e  os povos indígenas. Falando do cotidiano da  Uaçá  e de  seus alunos, é possível  explorar  a  questão da diversidade  cultural e  da  contemporaneidade  dos povos  indígenas.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Contação de história no Museu do Índio

acervo MI
    
                                        Era uma vez lá no fundo do rio...

No próximo domingo, 12/06, o MI dá início a uma nova atividade voltada para o público infantil. Até o fim do ano, sempre aos domingos e com entrada gratuita, serão apresentadas sessões interativas de narração de lendas indígenas. No espetáculo de estréia, histórias tradicionais Karajá. O público também poderá conhecer mais sobre este povo do Tocantins, visitando as exposições que estão em cartaz no museu. Venha com a sua escola ou seu grupo e participe!

Veja:  http://www.museudoindio.org.br/template_01/default.asp?ID_S=5&ID_M=889

POR DENTRO DOS FATOS I

Arte wajãpi
Núcleo de Atendimento ao Público Escolar
do Museu do Índio/NUAPE

De janeiro a maio o Museu do Índio recebeu 15.149 pessoas entre estudantes e professores das redes pública e privada do estado do Rio de Janeiro.
Em maio tivemos um público de 7.222 pessoas, sendo 50 escolas da rede pública de ensino e 45  da rede particular.

Mapa do Brasil e Terras Indígenas

Fique sabendo  onde estão localizadas as Terras Indígenas no Brasil e os seus diferentes estágios de regularização  fundiária.       

   http://mapas.funai.gov.br/pdf/brasil_05_2011.pdf

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Casas indígenas

Amigos, vale a pena dar uma olhada neste interessante documento sobre arquitetura indígena.
Visite este site e informe-se!!


http://pt.scribd.com/doc/51987943/21/INFLUENCIAS-DA-ARQUITETURA-INDIGENA-HOJE

Promoção Carioquinha!

Museu do Índio no Carioquinha

A exposição 'A Presença do Invisível', sobre os índios do Oiapoque, é atração no evento que procura incentivar os moradores do Rio a conhecer os pontos turísticos mais importantes do Estado.

A promoção é até o dia 30 de junho! Não perca!!!



terça-feira, 7 de junho de 2011

Conhecendo para valorizar

Esse vídeo produzido pelo Museu do Índio e pela Secretaria de Educação do Rio de Janeiro tem o objetivo de atender à demanda dos professores por uma reflexão sobre a inclusão da história e da cultura dos povos indígenas nos currículos escolares.
Nesse vídeo podemos conferir a visão de professores, antropólogos, e de lideranças indígenas. Confira você também, vale a pena!










Curso de férias no Museu do Índio

Curso de Férias 2011


Estão abertas as inscrições para o curso Dimensões das Culturas Indígenas 2011.

O tema escolhido para essa edição é “Histórias e Culturas dos Povos Indígenas”. As aulas vão acontecer de 18 a 29 de julho, das 14 às 17 horas, ministradas por especialistas da UFF, USP, UERJ, UNIRIO, Museu Goeldi e Prodoclin/Museu do Índio.

Conheça a programação.
http://www.museudoindio.gov.br/template_01/default.asp?ID_S=5&ID_M=887
Vagas limitadas.
Inscrições a partir de 6 de junho de 2011, das 10 às 17 h
Taxa de inscrição: R$ 250,00 profissionais – Estudantes R$ 125,00
Local: Museu do Índio – Coordenação de Divulgação Científica - Rua das Palmeiras, 55 – Botafogo –Tel. (21) 3214-8718
e-mail: divulgacao.cientifica@museudoindio.gov.br

Blog da OFICINA DE ENSINO SONHO MEU

Olá, conheçam também o blog da Oficina de Ensino Sonho Meu, escola de Nova Iguaçu, que também realizou evento comemorativo ao dia do índio. Parabéns pela inciativa!!

 http://blogdooesm.blogspot.com/

Evento realizado no final de maio/2011 na Escola Municipal Costa e Silva

Vejam as fotos  do evento  Veredas Literárias: rumo à terra sem males,  realizado no contexto do Projeto  Sala de Leitura Monterio Lobato, no final do mês de maio, na Escola Municipal Costa e Silva, em Caxias. O evento se chamou Os Filhos da Terra. A Escola está de parabéns , principalmente, as professoras, super criativas, que estiveram dedicadas e empenhadas com toda essa produção. Desculpe não nominá-las, só temos o registro da Professora Viviane Alves, que poderá fazê-lo posteriormente.













segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma boa leitura!

Este obscuro objecto do desejo etnográfico: o museu
Jean-Yves Durand
Universidade do Minho (UM, Braga); Centro em Rede de Investigação em  
Antropologia (pólo UM); Institut D’Ethnologie Méditerranéenne Et Comparative
(Aix-en-Provence)
                                     
                                   

           “Vite, Milou, au musée ethnographique !”: quando o Tintim sai de casa a correr, no início de A Orelha Quebrada, o seu visível entusiasmo não provém de um particular interesse em exposições ou em colecções de etnografia exótica: acabou de ser anunciado na rádio que durante a noite o museu foi palco de um intrigante assalto e que desapareceu um fetiche muito raro.
Uma parte da atracção operada pela obra de Hergé resulta sem dúvida da sua notável capacidade para dar um valor icónico aos seus desenhos: um carro, um polícia ou um foguetão desenhados por ele não são um carro, um polícia ou um foguetão quaisquer, são o carro, o polícia e o foguetão, quase que arquetipais.
Da mesma maneira, nalgumas pinceladas, as imagens da primeira página de A Orelha Quebrada chegam para nos mostrar uma instituição que parece corresponder exactamente à sua imagem mais difundida no imaginário partilhado: monumentalidade da entrada; organização por áreas geográfico-culturais extra-ocidentais; rotulagem descritiva e descontextualizadora; artefactos seleccionados antes de mais por razões estéticas; público burguês contido, cuidadoso (já que as vitrinas são algo estranhamente raras aqui) em não quebrar a distância física, limitando um deleite que só pode ser visual; guarda fardado, detentor de inquestionável autoridade institucional, mas que trata os objectos com a familiaridade de um coleccionador blasé, etc. Em suma, mais ou menos aquilo que um estudante em antropologia formado hoje em dia aprende que um museu etnográfico não deve ser.

http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/etn/v11n2/v11n2a04.pdf