segunda-feira, 2 de abril de 2012

EDUCAÇÃO DIFERENCIADA AINDA É REALIDADE DISTANTE



Imagem retirada do site
 http://g1.globo.com/platb/natureza-isa/2010/08/20/caminhos-
para-a-educacao-diferenciada-no-xingu


Os avanços na área de Educação Escolar Indígena não podem ser negados e as últimas duas décadas trouxeram conquistas importantes, mas grande parte da responsabilidade por elas foi a pressão e articulação dos povos indígenas. Lideranças e movimentos que apóiam as comunidades indígenas reconhecem também uma maior sensibilidade do poder público no final dos anos 80. Muitas escolas foram construídas e a orientação também mudou permitindo escolas bilígües ou plurilíngües, interculturais de direito e de fato, com autonomia político-pedagógica, e com grande participação de professores que são indígenas.

Entre os problemas apontados pelos indígenas e profissionais que atuam na área è que, estas são conquistas quantitativas, como o crescimento da oferta de vagas em todos os níveis de ensino e o aumento de recursos, porém sem garantia de continuidade e qualitativamente insuficientes.

Existem ainda grandes desafios para uma educação indígena aceitável de qualidade, apontam os dados de um estudo feito pela coordenação das Organizações indígenas da Amazônia (COIAB/2008). Segundo os dados, na maioria das escolas indígenas na Amazônia, continuam os velhos problemas que vão desde ausência de alimentação e material escolar à falta de prédios escolares e de professores qualificados. Os maiores problemas na gestão das políticas de educação escolar indígena são basicamente de cinco tipos: o não cumprimento das leis que estabelecem os direitos indígenas no campo da educação, a incapacidade das estruturas político-administrativas e jurídicas de atuar em regime de colaboração, com os sistemas municipais, estaduais e federal, atuando de forma desarticulada. Há também a falta de recursos financeiros e técnicos para ações fundamentais ao bom desenvolvimento da educação escolar indígena; insuficiência ou falta de recursos como FUNDEB e a Merenda Escolar, que em muitos casos, simplesmente não chegam ou não são aplicadas nas escolas indígenas e , finalmente, a falta de controle social das políticas de educação escolar indígena.

Revista Brasileiros de Raiz Ano I Nº 4/Educação/Opinião

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