sexta-feira, 4 de maio de 2012

Maracás: chamando os espíritos - parte 7






Os maracás são instrumentos de percussão de uso nos rituais, especialmente no Turé. São feitos de frutas da cuieira de tamanho pequeno. Sementes caxaicó são colocadas no seu interior para produzir o som desejado. Na altura do cabo com a cuia, são fixados tufos de penas de arara, garça e papagaio, recortadas de forma dentilhada, segundo o padrão dãdelo.
Todo pajé usa o maracá nas sessões de cura para chamar seus espíritos auxiliares, os karuãna. Pajés antigos possuíam tipos diferentes de maracá, sempre guardados no cesto paghá ou pakará. Enquanto o pajé diagnostica a doença de um cliente, um maracá de cabo longo é colocado na entrada da casa, do lado de fora, como garantia. Este instrumento era muitas vezes herdado de seus antepassados.
Os maracás de cabo longo são utilizados pelas mulheres durante a dança do Turé. Batem-no no chão com força para marcar o ritmo, enquanto os homens tocam os clarinetes turé.
O maracá acompanha todos os cantos de aves, borboletas, vaga-lumes, caranguejos e, especialmente, o canto do negro, um encantado que cuida dos porcos do mato.
Durante o Turé, no lakuh, diz-se que o maracá se transforma em entidade, bebe caxiri e dança. No fim do ritual, ele representa a cabeça da cobra que, com movimentos ondulados, é reconduzida para o fundo da água ou da mata, seu habitat no mundo sobrenatural.

Texto e imagem retirados do site
http://oiapoque.museudoindio.gov.br/exposicao/maracas/

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