Índias! Nossas vidas, nosso caminho
Para nós mulheres indígenas os desafios surgem muito cedo, pois com o casamento a comunidade espera que nós sejamos boas esposas, cuidando da casa e dos filhos. Porem, se uma mulher quer seguir um rumo diferente na sua vida, tem que enfrentar alguns preconceitos, pois a comunidade questiona porque uma mulher casada procura um modo diferente pra sua vida. Atualmente essa perspectiva vem mudando, mas a comunidade ainda tem aquele pensamento de que os homens devem sustentar a família.
Assim o papel da mulher fica basicamente voltado para a família, dando apoio emocional, afetivo e moral. Porém, a cada dia que passa, nós mulheres estamos conquistando nosso espaço dentro da aldeia e devido a nossas novas posições precisamos ter formação acadêmica, melhorando cada vez mais nossas capacidades.
Hoje na minha aldeia o numero de mulheres que estão buscando uma educação escolar melhor é maior que o dos homens,
A mulher tem e sempre teve uma influencia muito grande nas decisões internas nas aldeias, só que isso não transparece muito para toda a comunidade. Como acontece, parece que só os homens são importantes nas decisões e ações que são fundamentais para a comunidade, mas a mulher com certeza sempre influencia ou toma a decisão diretamente. Hoje nesse nosso dia eu quero dar parabéns a todas nós mulheres principalmente nós mulheres indígenas, pois estamos buscando o que queremos para melhorar nossas vidas. Sei como é difícil para nós seguirmos caminhos que muitas vezes nos afastam um pouco dos nossos filhos, de nossa família, mas isso faz parte de assumir mais responsabilidades, e lembremos que quando conquistamos mais espaço passamos a ser mais vitoriosas por conseguirmos conquistas que melhoram a vida de nossa família e de toda a nossa comunidade.
Olinda Muniz (Clairê Pataxó Hã-hã-hãe)
TUXÁ – HERÓINAS
Pensei que fosse fácil ter algo a dizer sobre nós: Mulheres Indígenas !Mas, percebo que é um denso e complexo tema, uma vez que, falar sobre Mulher de um modo geral, é estar se voltando a essência da vida, olhando a progenitora da criação.
Contudo, somente há pouco tempo conseguimos sair deste lugar, de apenas, “mulher da criação” e sermos vistas pelo nosso potencial, pela nossa garra, altivez, sensatez…
Afinal, de manhã quando abrimos os nossos olhos, já estamos prontas para mais um dia de labuta, de alegrias, conflitos e descobertas…
Nosso sorriso esta disposto a ser ofertado à tudo aquilo que é belo e criado por Tupã; as nossas mãos estão ágeis a produção: do artesanato, do cozido, da limpeza, de um carinho, de um balanço no maracá e para ninar a nossa “cria”;
Nosso corpo em si, encontra-se apto, em movimentos: indo, vindo, fazendo, somando, dançando, vibrando e Sendo.
E enquanto aos nossos olhos?
Hum…estes nossos olhos puxados e vividos muitas vezes choram, e como choram por ver tanto descaso, preconceito, desfeitas, intrigas, falsas promessas…
Mas aí, uma voz sábia fala aos nossos ouvidos:
- Você tem identidade, tem cultura, tem força…Lute!
E de repente, essa voz faz com que o nosso choro se converta em uma expressão facial de quem se prepara para guerrear . Nos tornamos assim, Grandes Mulheres Indígenas -Guerreiras!
(Aproveito para fazer uso da analogia do parente Anápuaká – Pataxó hã-hã-hãe, a respeito da “água da fonte”).
Pois é parente, nós mulheres indígenas ao despertar dessa “voz”, lá estamos: lindas e fortes bebendo a água da fonte das nossas raízes culturais. Tentando matar a nossa sede e a sede dos ‘Nossos” por: justiça, respeito, solidariedade, igualdade , amparo;
E principalmente lá estamos, porque bebemos da água da criação, pois é, volto ao inicio do texto, porque somos e temos a honra de ter força suficiente para “parir”, ou seja, perpetuamos a nossa raça, damos luz/ vida a novos olhares, novos sorrisos, damos vida a novos guerreiros e guerreiras.
Enfim, como Mulher Tuxá que sou, digo que nós, não somos apenas Mulheres Indígenas, mais sim: HERÓINAS!
Nita Tuxá
Pataxó Hã-hã-hãe – Mulheres Indígenas, força de nossas aldeias Com o passar do tempo a vida de nós mulheres indígenas vem mudando muito, pois antigamente nós tínhamos nossos afazeres limitados a cuidar dos filhos e da manutenção das roças e das casas. Atualmente nós mulheres entramos na política e temos voz ativa nas decisões da aldeia. Voz que antes era restrita aos homens. Hoje temos mulheres ocupando cargo de cacique que antes era cargo limitado aos homens, por terem que viajar muito e tomar decisões mais serias para a vida do nosso povo. Na minha aldeia Pataxó Hã Hã Hãe, nós mulheres temos um espaço muito grande na política indígena, já tivemos mulher candidata a vereadora e temos mulheres ocupando cargo de lideres até de cacica. Vemos isso como um grande avanço para nossa sociedade. Isso também é prova que os homens indígenas não são tão machistas quanto se pensa, pois para nós mulheres conseguirmos esse tipo de cargo precisamos do apoio dos homens também e eles reconhecem que temos capacidade de assumir os cargos que conquistamos. Queremos continuar crescendo nosso espaço político na aldeia e fora dela, pois somos capazes e isso é importante para acabar com o preconceito de que mulher indígena só serve pra cuidar dos filhos e da casa. Todo dia é dia da mulher indígena, pois trabalhamos muito duro pelo nosso povo, porém é importante termos uma data para comemorar nosso dia e é por isso que temos o dia 30 de outubro como o nosso dia. Olinda Muniz Pataxó Hã-hã-hãe
KARIRI XOCÓ – A LUTA DAS MULHERES INDÍGENAS A índia e a inclusão nos movimentos sociais organizados nessa era revolucionaria a mulher indigena vem aos poucos se incluindo em movimentos sociais devido as grandes necessidades sofridas pelo povo gerada até por decisão de lideres que por muitas vezes prejudica a comunidade; também ela vem se incluindo na busca ao direito sobre educação, saúde e trabalho. E dentro de sua disponibilidade e habilidade nós trabalhamos realizadas como artesanatos, músicas, danças e cura. cada vez mais está aparecendo hoje a mulher índia que luta para ser qualificar é sustentar a sua familia. Ydayany Kariri-Xocó
Retirada do site WEB RÁDIO BRASIL INDÍGENA
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